O Palácio de Beylerbeyi (em turco: Beylerbeyi Sarayı) é uma antiga residência dos sultões do Império Otomano situada na margem asiática do Bósforo, muito perto da Ponte do Bósforo, no bairro de Beylerbeyi. Foi construído entre 1861 e 1865 por ordem do sultão AbdulAziz como residência de veraneio e de recreio para chefes de estado estrangeiros de visita a Istambul.
É da autoria dos arquitetos arménios de Istambul Sarkis e Hagop Balyan.
O termo beylerbeyi (bey de beys; senhor de senhores) era o nome em turco dado aos governador-gerais, e provém do título de Mehmet Paşa, que mandou construir no local uma casa. Os sultões imitaram-no e construíram várias mansões. Finalmente, em 1829, Mahmud II mandou construir um konak (mansão ou casa apalaçada tradicional otomana) em madeira à beira do Bósforo, a qual foi destruída por um incêndio.
Uma das visitas estrangeiras mais famosas do palácio foi a imperatriz Maria Eugénia, esposa de Napoleão III , que por esteve no palácio em 1869, quando se dirigia para a inauguração do Canal do Suez. Essa visita ficou marcada por um episódio burlesco: a imperatriz foi esbofeteada na face pela mãe do sultão por se ter atrevido a entrar no palácio de braço dado com Abd-ul-Aziz. Apesar dessa receção inicial, Maria Eugénia ficou tão bem impressionada com a elegância do palácio que mandou fazer uma cópia da janela do quarto de hóspedes para o seu quarto no Palácio das Tulherias, em Paris.
Outros visitantes reais foram, por exemplo, Francisco José I da Áustria, o Xá da Pérsia Nasser al-Din Shah, o príncipe Nicolau I de Montenegro, o príncipe herdeiro Óscar da Suécia e os duques de Windsor britânicos Eduardo VIII e Wallis.
O palácio serviu de prisão domiciliária para o sultão deposto AbdulHamid II de 1912 até à sua morte em 1918.
O palácio foi projetado pelos irmãos Sarkis e Hagop Balyan, membros da família de arquitetos arménios Balyan, cujos membros foram autores de diversas obras importantes para a corte otomana. De estilo neobarroco ou Segundo Império, o palácio tem uma aparência relativamente sóbria quando comparado com a exuberância dos palácios anteriores de Dolmabahçe e Küçüksu, outras obras em que os Balian estiveram envolvidos.
A vista mais atraente do palácio é do Bósforo, de onde se tem uma melhor visão dos seus dois pavilhões de banhos, um para o harém (mulheres) e outro para o selamlik (administração). O palácio encontra-se num dos terraços dos jardins, nos quais as árvores são provenientes de várias partes do Império Otomano. Os jardins são conhecidos principalmente pelas suas magnólias
O edifício principal é mármore branco e de forma retangular. Tem rés do chão e dois andares superiores. Um dos salões mais belos é o das receções, o qual tem um lago e uma fonte. A água corrente era popular nas casas otomanas pelo seu ruído agradável e efeito refrescante nos dias quentes. Os tetos foram construídos com base em esboços desenhados pelo próprio sultão Abd-ul-Aziz.
Os pavimentos usam tapetes egípcios de palha no chão como forma de isolamento térmico, eficaz tanto no inverno como no verão. A maior parte dos Candeeiros são de cristal francês Baccarat e os tapetes são turcos de Hereke.
Aberto ao público como museu durante a semana inteira menos segundas e quintas.
O custo de entrada é 20 liras turcas.